segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Corroborações olímpicas

China, Pequim: encerraram-se os Jogos de 2008.

Mais quatro anos em que a chama olímpica ficará quieta, apagada, fria e em silêncio.

Mais quatro anos para vermos esses tais a seguir juntos novamente: Phelps, Kitajima, Cielo, Coventry, Bernard, Rice, Bryant, James, Gasol, Isinbayeva, Bolt, Stanley, Giba, Gustavo, Mari, Fabi, Fabiana, Walsh, May, Nadal, Ricardo, Emanuel, Marta, Cristiane, Daniela, Aguero, Messi e tantos outros fora-de-série do esporte mundial.

Londres, Reino Unido, em 2012. Nosso próximo encontro.

Sem a nata olímpica em cena, resta aos meros mortais contentarmo-nos em acompanhar o futebol de sempre - que nem sempre enche os olhos -, mas que quase nunca nos abandona aos domingos.

Dada a despedida e a falta de esperança de bons espetáculos, diz-se: vamos às batidas de teclas que valeram a pena.

Recaptulemos o que foi dito aqui sobre as olimpíadas e que, no fim das contas e dos próprios Jogos, mostraram-se relevantes.

O tal do Cielo nadou para 21s30 nos 50 livre, portanto, abaixo de 22 segundos. O Depois do Lance mostrando-se capaz de captar no ar, e nas águas, as esperanças da nossa natação publicou o texto Cielo e a barreira dos 22 segundos.

A única nota baixa para nós ficou por conta de Thiago Pereira que terminou os Jogos sem nada no pescoço. Pena.

Phelps. O que falar desse coisa das águas? Um post foi feito aqui somente para tratar de seus planos: "Quero ser o primeiro Michael Phelps".

E o blogueiro se orgulha em dizer que viu a final do revezamento 4x100 e a final dos 100 borboleta. Incrível!

No âmbito do atletismo o post Notícia Relâmpago tratou pela primeira vez de Usain Bolt. Texto curto, ligeiro, tal qual esse jamaicano.

Meras corroborações, pequeno texto tático e simples para servir de link entre o fim das Olimpíadas e o que já foi falado nesse espaço sobre os chamados esportes amadores.

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Equanto isso...

Urgente, urgente! COB promete superar a China no quadro de medalhas em Londres: "as 15 desse ano não foram nada perto do que virá".

Obs: deixando a brincadeira de lado e falando sério. Temos eleições por aí. Mais quatro anos de incompetência?

domingo, 24 de agosto de 2008

Erramos!

No post anterior cometemos um erro grave. Esquecemos de Maurren Maggi e seu ouro mais do que inédito no salto em distância.

A vergonha se abate aos do Depois do Lance. Erro pateticamente amador e, acima de tudo, inaceitável.

Decicar um post às mulheres atletas do Brasil e se furtar a falar da primeira medalhista de ouro do país? Incrivelmente grotesca a situação.

Perdão não resolve.

Mas o mínimo foi feito.

Erro assumido.

sábado, 23 de agosto de 2008

O sagrado feminino

Carol, Fofão, Sheilla, Mari, Paula Pequeno, Sassá, Jaqueline, Thaísa, Walewska, Fabiana, Fabi, Valeskinha e, principalmente, Ketleyn e Natália.

Mulheres do Brasil. Atletas, daqui, que fizeram o inédito.

A olimpíada mais feminina, do ponto de vista canarinho, foi essa.

Nunca uma mulher brasileira havia conquistado uma medalha em um esporte individual.

Pois tome!

A China viu Ketleyn Quadros tomar o bronze pra si no judô, e viu também Natália Falavigna medalhar bronzeado no taekwondo.

Essa coisa de que luta é para homens caiu por terra - ou tatame? - nesses Jogos.

O porém continua sendo o que já é batido: tudo feito feito sem planejamento adequado, tudo muito alheio às medidas governamentais, até porque quase não existem.

E quanto aos doze primeiros nomes da lista do início do texto, o blogueiro diz o seguinte: país do futebol que nada! Como negar o voleibol? Como não aceitar a excelência dessas meninas?

Único esporte que, na prática, possui planejamento de base aqui por essas bandas.

Esse post é todo dedicado à mulheres atletas do Brasil, com grandes, imensas e orgulhosas lembranças à nossa verdadeira seleção de futebol.

Quem do lado macho dos campos joga mais que Marta? Eu não sei, sinceramente.

Mas como quem voz fala passou a gostar deveras de vôlei...

Uma hora da manhã - daqui a pouco! - o negócio é o seguinte: bola no chão dos americanos e, claro, Giba neles, rapaziada!

Obs: E as unhas, cadê?

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Aos vencedores o bronze, mas bem que mereciam um ouro

Em pequim, está a maior delegação brasileira de toda história olímpica do país.

Na china, os atletas daqui fazem um esforço - quase todo alheio a qualquer suporte governamental - para ganhar uma medalha.

Quantos desses nossos atletas foram apenas a "passeio" para os Jogos?

Quantos desses nossos guerreiros e guerreiras tem algum tipo, mínimo que for, de base - seja ela financeira ou material ou psicológica?

Respostas fáceis, na ponta da língua: o Brasil é a mais verdadeira antítese olímpica da China, por exemplo. Enquanto lá os investimentos no esporte são assombrosos, aqui o abandono pauta a vida desses atletas.

Até agora são dois ouros, três pratas e sete bronzes.

A maior delegação de nossa história trará doze, treze (!) medalhas?

Muito pouco. Pouquíssimo!

Mas ainda assim esses atletas, tanto os medalhistas - poucos que são - quanto os não-medalhistas, devem receber premiações e presentes e mimos dourados.

Ser atleta no Brasil é dose, meus caros.

Ser atleta no Brasil e, apesar disso (!), conseguir a façanha de ganhar uma medalha olímpica? Pai do céu! Nesse caso o bronze e a prata se tornam ouro.

Clap, clap, clap para os nossos atletas e vaias aos nossos dirigentes!

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

A velocidade do amor

O grande Bob Marley pregava o amor como o caminho da salvação para a humanidade.

Bob Marley era da Jamaica.

O amor da música de Marley norteia o caminho de muitos - se não o faz, no mínimo, deveria.

Além disso, a Jamaica é o país mais rápido das pistas olímpicas.

Usain Bolt, ouro, e Shelly-Ann Fraser, ouro, e Sherone Simpson, prata, e Kerron Stewart, prata, são da Jamaica.

O Caribe respira amor e velocidade.

Amor pregado pela música e a velocidade mostrada em 9s69 - feito de Bolt - e 10s78 - feito de Fraser - nos 100m rasos.

A Jamaica prega, por ora, o amor mais rápido do mundo.

Pouca coisa? Não!

O primeiro porém: o famigerado doping.

Suspeitas pairam sobre Usain Bolt. A maneira como terminou sua prova - braços abertos, soco no peito e um baita sorriso, antes mesmo de ultrapassar a linha de chegada. Estranho realmente.

Mas será que o homem dos 9s69 correu dopado?

Esse é um porém muito grande. Tão grande que assusta. E ele ainda correrá os 200m rasos, prova na qual é mais do que favorito.

Espera-se, apenas - e não que isso seja pouco- que tudo isso seja especulação. Mas também, obviamente, o blogueiro preza pela limpeza no esporte. Tudo o que é injusto e trapaça deve ser proibido.

Mas o segundo porém está ao lado de Bolt: ainda não se provou nada.

E o resumo dessa prova se dá pela seguinte frase e/ou contestação: o amor - lento à primeira vista - de Bob Marley foi absurdamente acelerado por seus compatriotas em Pequim.

A velocidade do amor cresceu.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Emoção, franqueza e garra

O melhor do bronze de Cesar Cielo Filho na prova dos 100m livre esteve guardado para o final, logo após a prova.

Não foi a quebra do recorde sul-americano, não foi a primeira medalha da natação brasileira em Pequim, não foi o fato de Cielo ter nadado a final na raia 8 - onde as ondulações são maiores se comparadas com as raias centrais -, nada disso saltou mais aos olhos do blogueiro que o choro do brasileiro ao sair da piscina.

Cielo chorou pelas dificuldades que enfrentou na prova e pelo bronze e pelo recorde e pela sua família e por tudo o que passou pela sua cabeça naquele momento.

Marearam-se ainda mais os olhos quando se fez silêncio.

Cesar Cielo falou o que este que voz fala quer ouvir de todos os atletas do Brasil - sejam os que estão na China, como os que não estão: "Vou ganhar o ouro nos 50".

Entrar n`água, na quadra, no campo, na arena, no tatame, na pista para simplesmente fazer figuração, simplesmente participar. Coisa pouca, isso sim.

"Vou ganhar o ouro nos 50". É assim que se fala. Mesmo que não ganhe a prova, Cesar Cielo msotrou-se um vencedor.

A emoção de um nadador, a franqueza e a garra de um atleta foram os pontos altos desta madrugada.

Com ouro ou sem ouro, Cesar Cielo ganhou um admirador.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Salve, salve os chineses!

Pequim, China, 2008. Que esses jogos jamais sejam esquecidos!

Ainda faltam muitos dias de competição, sem dúvida. Mas tudo indica que estas olimpíadas serão inesquecíveis.

Exemplo?

Michael Phelps já é o maior atleta olímpico de todos os tempos. E ele ainda tentará ganhar mais três ouros - feito bastante provável.

A apresentação na final dos 4x100m livre da equipe dos EUA está sendo considerada a mais impressionante de todos os tempos.

Os 100 metros rasos do atletismo - Usain Bolt contra Asafa Powell contra Tyson Gay -, promete ter a final mais emocionante da história. Michael Johnson, ex-corredor e atual recordista mundial nos 200 e 400 metros rasos, concorda com a tese: "poderá ser a final mais incrível de todos os tempos."

Mais?

O time de vôlei de Bernandinho e cia está prestes a se tornar o time mais vencedor de todos os tempos, incluindo todos as equipes de esportes coletivos - seja a modalidade que for.

A equipe de ginástica feminina do Brasil conseguiu, pela primeira vez (!), chegar a uma final olímpica. Neste caso, o oitavo lugar é uma vitória sem precedentes.

Outros feitos poderão e deverão (!) vir.

(Falta capacidade ao blogueiro para processar todos os dados olímpicos. Muitas que são, as informações vindas de Pequim e da história dos tempos olímpicos são densas, lindas e humano-esportivas de tal forma que fundem, do modo mais absurdamente positivo que existe, a cabeça de quem as tem e/ou tenta entender.)

Provas não faltam e não faltarão. A tendência é que, realmente, esses jogos sejam de uma grandeza jamais vista.

Salve, salve os chineses!

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

A madrugada de Jason Lezak

Quem já acompanhou alguma final olímpica de natação sabe que o recorde mundial a ser quebrado vem, no decorrer da prova, representado por uma linha.

Essa tal linha, geralmente, fica a frente dos atletas que estão na piscina. Afinal, ela representa um recorde! E como um recorde não é facilmente batido, é normal que eles, os recordes, caiam pouco a pouco, décimo a décimo.

Pois bem, agora a pouco a final dos 4x100 livre foi realizada no Cubo D`água em Pequim.

Mas onde estava a nossa linha?

Simplesmente, cinco (!) das oito equipes que ali estavam fecharam a prova abaixo do recorde mundial.

Os EUA fizeram 3m 08s 24, praticamente 4 segundos melhor do que a antiga marca.

Onde estava a linha?

Ah, essa linha! Ela estava 4 segundos atrás de Jason Lezak, americano que fechou a prova, com incríveis 46s06 em sua parcial.

Lezak, entrou n`água meio corpo atrás do francês Alain Bernad.

A vitória americana veio na batida de mão.

De arrepiar!

Essa final valeu a madrugada!

Apenas um detalhe a salientar: Michael Phelps abriu a prova para os americanos, e, portando, conquistou o seu segundo ouro em Pequim.

Faltam 6, rapaz! E este blogueiro aqui está sem unhas de tanto torcer por esse animal das águas de outro mundo.

domingo, 10 de agosto de 2008

Lágrimas de ouro




No pódio dos 400m medley, agora pouco, houve uma surpresa. Não com relação aos atletas que ali em cima estavam. O impressionante Michael Phelps estava lá, no topo. O primeiro dos (prováveis) oito ouros do norte-americano.


A supresa foi reservada para o momento específico em que o hino dos Eua ecoava no Cubo D`água, em Pequim.


Phelps, cada vez mais próximo de ser o maior nadador da história, chorava.


A medalha de ouro, a sétima de sua carreira, em seu peito.


Olhos mareados de um homem cujos limites estão tão a frente dos demais que pensar que ele - o mamífero aquático mais humano que existe - é, na verdade, um animal vindo das águas de outro mundo, não é de todo um exagero.


Homens vencedores também choram.

crédito da imagem: Reuters

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Explicações e notícia

Camaradas virtuais, o Depois do Lance lhe deve explicações. Sem dúvida! Estamos em dívida com o nosso público internauta. Por motivos de força maior o nosso querido blog esteve "abandonado". Nossa ausência, porém, não nos agradou. Mas como tudo na vida é um ciclo... É dada a hora da retomada do Depois do Lance. Em um ciclo olímpico, e ainda mais esportivo - se é que seria possível esportivizar ainda mais esse espaço -, esse blog vem com tudo e mais um pouco. Segurem-se!

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A Corte Arbitral do Esporte (CAS, sigla em inglês) decidiu a favor dos clubes europeus, em detrimento das federações nacionais e seus respectivos jogadores. Tudo isso referente ao impasse com relação à liberação de jogadores, pertencentes a clubes europeus, para que atuassem em suas seleções nos Jogos de Pequim.

Em recente declaração, Diego, jogador do Werder Bremen da Alemanha, diz-se tranquilo quanto a sua participação nas Olimpíadas:
"Não tem porque voltar atrás. É um sonho que eu tenho. A fifa apóia a decisão que eu tive, portanto está tudo certo".

Ele tem razão. A FIFA desaprova a decisão dos clubes de se recusarem a liberar seus jogadores para os Jogos da China. O presidente da entidade, Joseph Blatter, falou que está surpreso com essas ações arbitrárias dos clubes do velho continente, e também que os jogadores tem o direito de jogar pelas suas seleções quando forem chamados.

Joan Laporta, presidente do Barcelona, clube no qual o argentino Lionel Messi joga - ele também foi proibido de estar em Pequim, embora já esteja lá -, disse que o clube catalão está apenas reclamando seus direitos.

Por mais desnecessário que seja, ainda vale a pena ressaltar que quem sai perdendo no fim dessa prosa - infeliz e patética, por sinal - somos nós, seguidores - quando não participantes, de uma forma ou de outra - do esporte.

fonte: Reuters