sexta-feira, 19 de setembro de 2008

A massa faz o esporte


Paixão pelo futebol. Algo passado de geração em geração.

A bola como primeiro presente de aniversário, o chute como primeiro movimento dentre os preferidos, as cores do time como as prediletas dentre todas as demais, o hino que não sai da cabeça, a descoberta das músicas da torcida de coração, as histórias do seu time, as façanhas do passado contadas pelos mais velhos. Tudo isso forja um torcedor.

Com isso, diz-se: a relação de um clube e sua torcida é estreita, sempre. Com variações, com nuancias peculiares, diferenças sem explicação lógica. Andam sempre de mãos dadas, ou à socos e pontapés esses que ficam fora e dentro do campo, mas sempre um perto do outro.

É batata falar: futebol sem a massa das arquibancadas fica, digamos, meio sem graça.

O Campeonato Brasileiro não foge a essa regra, camaradas. Não, não. Divulgados os maiores públicos da Série A, percebe-se infinitas situações a seream analizadas.

Quem não sabia que o Ipatinga era o time que botava mesmo gente nos estádios? Caso agravado, o mestre Juca sempre bate nessa tecla, pelo fato dos mineiros nunca divulgarem o borderô - contendo público presente, público pagante, renda, etc -, o que é coisa obrigatória segundo o Estatuto do Torcedor. Vaias, por favor!

E o público do Fluminense? Muito pouco, mas nada de anormal depois da pífia campanha no campeonato e, principalmente, depois da ressaca pela perda da Libertadores - e isso vai demorar alguns meses, se não anos pra passar.

Os pontos altos: Grêmio líder em segundo com 30 mil por jogo, e a Nação rubro-negra carioca em primeiro com 38 mil, mesmo com a vexaminosa sequência de 7 jogos sem vitória.

Os números são muitos, os fatos e situações trazidos por eles também. Mas atenhamo-nos ao início dessa prosa. Futebol sem torcida fica sem graça. Fato inegável.

O blogueiro fala agora o que pensa a alguns anos. Torço caladamente para que os bons times do Brasil sejam aqueles de maior torcida, ou melhor ainda, que sejam aqueles que levem mais público aos estádios. Cabem 15 mil? Pois lotemos esses 15 mil lugares. 10? Põe-se 10! E por aí vai.

Claro que não é para se esquecer do preço dos ingressos, da baixa qualidade do espetáculo, e da má organização do esporte - que causa isso tudo, inclusive.

Mas será que é pedir demais? Pedir por estádios um pouco mais lotadinhos é algo do outro mundo? Eu acho que não. E isso é um apelo aos clubes, principalmente.

Que os ingressos sejam mais baratos, que etádios sejam mais seguros e que o espetáculo seja mais vistoso.

E se não conseguirmos frear as exportações dos atletas e por isso a qualidade continue baixa e o futebol continue virando um esporte para se passar a bola de canela para canela, que fale-se o seguinte: façam - os clubes juntamente com as federações e a CBF - uma campanha para que o público vá ao estádios! Ele irá, mesmo com o jogo não sendo tão bonito.

É o time dele em campo, ele irá.

O futebol sem o coro pulsante das arquibancadas fica sem graça.

E tenho dito.

crédito da imagem: globoesporte.com

obs [1] Uma matéria no globoesporte.com (leia aqui) chamou atenção para esses números, apesar desses dados estarem constantemente disponíveis no site da CBF.

obs [2] Quem disse que somente nós arrastamos uma asa para esse jogo de chutar pelotas? Os argentinos não deixam por menos. Esse comercial de TV é peça obrigadotória para todo aquele que aprecia o futebol.



2 comentários:

Anônimo disse...

Lendo esse post me vem na cabeça a imagem do Valdivia jogando no time dos Emirados Arabes.
Parece que lá, no estádio não entra mulher E apenas 100, 200 torcedores vão aos jogos, sendo esses 100, 200, pessoas influentes naquele país.
Após ver o gol que El Mago marcou em sua estréia, fica evidente o quanto é sem graça jogar nesse tipo de pais. Ele logo que marcou seu gol, esboçou um sorriso e abraçou seus companheiros, muito diferente do que fazia aqui, quando marcava e saia correndo pra comemorar com a torcida em extase e ainda arriscava "bailar".

Futebol sem torcida não tem a menor graça. E aproveito aqui para reclamar do preço ABSURDO dos ingressos do Palestra Italia ( 30 reais é de quebrar o torcedor, isso pra ver o jogo em um lugar ruim e desconfortavel ).

felipejb disse...

diminuir os preços dos ingresos E aumentar a segurança são duas coisas opostas, que não tem possibilidade de acontecer ao mesmo tempo.

na inglaterra, desde 1989, os preços dos ingressos aumentaram absurdamente de valor pra aumentar a segurança. agora os ingleses assistem aos jogos sentados e não tem mais gente morrendo esmagada nas grades como aconteceu na tragédia de 89 (que foi o estopim que gerou essas mudanças). e isso não significa que o espetáculo perdeu o brilho.

mas o inglês rico sabe fazer espetáculo. o brasileiro endinheirado é um tremendo dum chato!