terça-feira, 13 de maio de 2008

Da Roma Antiga para a América Latina

(por FLÁVIO LOBO, do blog Meu palanfrório)

Não posso me furtar a fazer um comentário nestas bandas de cá, cujo endereço esportivo está sendo tocado com esmero pelos parceirinhos Gabriel e Pedro, que me dão o prazer de estarem na mesma sala de aula deste, também, blogueiro, que aqui gasta algumas palavras, tentando corresponder o convite à altura.

Pois bem, parceiros, escrevo aqui sobre o momento épico do futebol latino-americano. O ápice dos nervos à flor da pele. A cobiça desesperada dos clubes futebolísticos, a paixão suprema do público que, como a maioria de nós, brasileiríssimos, é apaixonado por futebol: a Copa Libertadores da América.


A competição está no mata-mata. Salve-se quem puder!

Nas arenas latino-americanas, quando está rolando uma batalha de Libertadores, não há o mínimo sinal de dó, muito menos piedade! Digo isto porque, como na Roma Antiga, os onze gladiadores mais fracos são liquidados barbaramente pelos vencedores, e é sangue para todo lado, sem misericórdia, afinal de contas, é Libertadores, pô!

Com a alma na ponta da chuteira, permita-me, da espada, os gladiadores guerreiam por seu objetivo em comum: triunfar. Para delírio da platéia, aos gritos, aplaudindo de pé cada golpe, cada corpo no chão, e não se preocupando se é um carrinho, ou se é um cadáver, eles querem é ver sangue, querem gana, querem gritar. E gritam! O delírio máximo da platéia chega quando eles gritam algo parecido com: GOOOLLL. E dá-lhe corpos ao chão, gramado ensangüentado, mas público satisfeito! Pelo menos para a metade do estádio (leia-se coliseu) que torcia pelo time dos onze gladiadores vencedores, seja esse triunfo merecido ou não, porque em uma batalha de Libertadores é assim, qualquer descuido pode ser fatal, e pode custar cabeças, pode custar o ano, e, geralmente, acaba custando vidas!

Se por um lado, a parte derrotada encontra-se com onze corpos estendidos no sangrento gramado do coliseu, cabeças decepadas e o ano sem mais muito sentido para aqueles pobres torcedores que levam o entretenimento tão a sério, e deixam até de comer para assistir àquela batalha, o lado dos vencedores encontra-se em uma festa que só! Os gladiadores são aclamados pelo público, que gritam seus nomes, gritam que amam a equipe e, satisfeitos, reconhecem os esforços de seus guerreiros, que arriscaram suas vidas para satisfazê-los!

Triunfantes mitológicos gladiadores imortalizaram seus nomes em épicas batalhas desta apaixonante Copa Libertadores da América. Exemplifico aqui com nomes de guerreiros, como: Pelé, Zico, Renato Gaúcho, Raí, Rogério Ceni, Felipão e Marcos. Só para ficar com alguns vitoriosos sobreviventes, que hoje possuem um repertório amplo de histórias para contar.

Mirando-se no exemplo destes mitológicos guerreiros acima citados, sem mais delongas, concluo que, para triunfar nos gramados coliseus de nossa América Latina em uma batalha de Libertadores da América, não basta ter talento, não basta ter força. Um algo a mais é necessário para levar o público ao céu e o adversário ao chão: é necessário ter espírito de gladiador.


O Depois do Lance termina o post apenas fazendo referência à última frase do texto e perguntando o seguinte: a carapuça serviu a alguém?


3 comentários:

Lucas Noleto disse...

ô, se serviu...talvez lá pelas bandas da gávea esse texto pudesse ter sido bem utilizado em momentos anteriores...

Fourier disse...

Serviu para o cego do Souza que não sabe fazer gol da pequena área.

Anônimo disse...

A carapuça deve servir para todos os atuais "ex-gladiadores" do futebol. Muito mais interessados em dinheiro, do que praticar a verdadeira arte do futebol. Num momento em que só se fala em "asneiras e idiotices", como política e economia, qualquer tipo de arte fica fora de cenário.

Valeu Gabriel...Abração Carlos Henrique