Quem tem o direito de impedí-lo de tentar (!) disputar os Jogos de Pequim?
Quem?
Oscar Pistorius é, também, deficiente físico. Não tem ambas as pernas. Corre com próteses especiais.
Quem tem o direito de intervir tamanhamente em um sonho de uma pessoa?
O sul-africano, enfim, conseguiu uma liberação da CAS (Corte Arbrital do Esporte) para tentar índices para as Olimpíadas.
Porém, levemos em conta, agora, a discussão que norteia o caso. As próteses de Pistorius lhe dão vantagem em uma corrida? Oscar versus não-deficientes seria uma disputa justa?
Dois estudos se divergem quanto à reposta. Um, encomendado pela CAS, ano passado, diz que as lâminas de carbono das próteses, usadas por Oscar, lhe dão uma propulsão não-humana. A vantagem seria de, em torno, 30% com relação a corredores sem deficiência. Um outro estudo, feito nos EUA, diz que essa vantagem é mínima, o que não impediria o sul-africano de correr nas Olímpiadas.
Pois bem, a questão, portanto, não é se alguém tem o direito de impedir Oscar Pistorius a competir com atletas sem deficiência. Eis a real questão: qual o limite do uso da tecnologia no esporte?
Na natação: o maiô LZR Racer que, dizem os estudos, melhora a flutuabilidade do nadador; no futebol: a tecnologia, presente nas bolas, potencializa a força do chute e melhora o efeito dado pelo chutador; na Fórmula 1: a federação internacional da modalidade estuda limitar os gastos das equipes visando frear a influência tecnológica que existem nos resultados conseguidos pelos pilotos. Esses são apenas exemplos de como a tecnologia está, efetivamente, presente no esporte.
Concluindo, o sul-africano Oscar Pistorius está apto, por ora, a disputar uma vaga em Pequim.
Decisão justa?
Como dar essa reposta em um momento em que, repita-se, não se sabe qual o limite do uso das máquinas nos resultados conseguidos por seres humanos?
Maquinizar ou não maquinizar? Eis a questão.
crédito da imagem: Washington Post
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